“A Mulher que teme ao Senhor será Louvada”

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A CHEGADA DA MINHA FILHA


"Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu galardão." Sl. 127:3

Tudo começou em Julho de 2007 algo diferente começou a acontecer comigo. Primeiro foi uma dor no seio diferente. Uma super dor de estomago que durou dias. Pequenas coisas começaram a me irritar, comecei a ficar nervosa sem explicação, comecei a sentir algum mal estar, veio enjoos, sonolência e quando me dei conta, ou melhor, quando não imagina, eu estava grávida. Deus que me sonda e me conhece havia tecido de um modo assombrosamente maravilhoso e colocado em meu ventre uma linda menina que eu não conhecia ainda, mas que Deus já a conhecia muito bem (salmo 139). Deus a formou no oculto do meu ventre. Deus a viu em substância ainda informe, e no livro DELE escreveu e determinou todos os dias da vida dela e da minha. E desde então tudo começou a ser preparado para a chegada da minha filha. A Bíblia diz que ela é a minha herança do Senhor e que ela, fruto do meu ventre é o meu galardão (Salmo 127:3).
Meus dias nunca mais seriam os mesmos. E Mesmo eu não acreditando. Mesmo duvidando da minha incapacidade, ela estava dentro de mim, crescendo, florescendo e se desenvolvendo muito bem a cada novo dia. Só podia ser uma obra maravilhosamente perfeita do Meu Senhor e Salvador.
Minha “ficha” demorou a cair. Mas mesmo assim minha rotina começou a mudar, minha vida começou a mudar, meu corpo começou a mudar, meus pensamentos começaram a mudar, minha casa começou a mudar, meu marido começou a mudar, a família toda começou a mudar com a chegada da minha filha.
Novos compromissos passaram a fazer parte de minha agenda, daí comecei uma rotina de obstetra todos os meses, laboratórios, vacinas, ultrassons, cuidados e tudo mais que contribuísse para o bom desenvolvimento e saúde da minha filha.
Engraçado, de repente, sem querer, tudo que ia fazer era pensando na chegada da minha filha, se eu ia ao supermercado comprava primeiro as coisas dela, se ia a farmácia eu já ia ver as novidades em fraldas e pomadinhas, e tudo pra ela. Se ia ver sapatos, primeiro via os dela. Se ia ver roupas, primeiro era as dela, passei a gostar de rosa e de bonecas. Resumindo, nunca mais consegui pensar somente em mim, e pra dizer a verdade eu deixei de pensar em mim. Eu pensava mais nela do que em mim, eu orava mais por ela do que por mim mesma, eu queria tudo pra ela, quando saia para compra algo pra mim, eu me esquecia e lá estava eu procurando novidades pra ela. Parecia que as coisas para mim, tinha perdido a graça, e era mais prazeroso ver as coisas dela. Que gostoso ser mamãe! Eu nem a conhecia e já estava encantada com a chegada da minha filha.
Eu estava feliz com a chegada daquela pessoinha que ia estar sempre comigo todos os dias. E que ia me manter muito ocupada todos os dias e a todo momento. Não via a hora de ter aquela companheirinha ao meu lado pra gente fazer um monte de coisas juntas, e bagunçar a casa. Daquela menininha que ia me imitar, usar meus sapatos, minhas roupas, minha maquiagem. Daquela menininha que eu ia precisar educar, disciplinar, amar...
Eu ficava imaginando nossas conversas, nossas brincadeiras de mamãe e filhinha, nossos momentos juntas, de passear, de irmos aos shoppings juntas, de irmos à sorveteria, ao cinema, à piscina, ao parque...
Eu pensava em tantas coisas... e orava ao Senhor para me capacitar, pois eu ia ser Mãe, como a minha Mãe o era, eu ia ser igual a mulher que eu admirava e mais amava, eu não acreditava que fosse possível eu ser mãe, não me via preparada para ser Mãe como a minha mãe, tão necessária para os filhos, para o marido, para o lar, nada parecia funcionar sem ela, e tudo parecia girar em volta dela. E eu pensava: Senhor como eu vou conseguir ser igual a minha mãe? Fazer tudo que ela faz, ser como ela é: destemida, valente, corajosa, guerreira, tão capaz de tantas coisas, inteligente... Que não se abatia, não dava o braço a torcer, não se rendia fácil, não deixava a peteca cair, não se dava por vencida fácil. Que fazia das tripas coração para o bem estar da família e dos filhos. Assim são as mães. E eu ia ser uma Mãe. Que especial.
Graças a Deus tive muitos anos para aprender com a minha mãe a ser uma boa mãe.
Com a chegada da minha filha, eu aprendi muita coisa, aprendi o que significa ser mãe de fato e de verdade. Aprendi o quanto é difícil ser mãe e exercer autoridade na vida da filha. Aprendi que não é fácil, que dá muito trabalho e requer muita dedicação, tempo, disciplina e muito amor.
Com a chegada da minha filha eu me vejo uma pessoa melhor, uma pessoa diferente. Coração mole, mais emotiva, mais sensível, mais frágil também, mais maleável, mais e tremendamente responsável, mais chorona embora não me vejam chorando, mais humana.
Que Meu Deus me capacite e me prepare para ser a mãe que a Nathalia precisar ter para ser quem Deus designou que ela seja.
Enquanto eu pensava em tudo isso, num cômodo ao lado do meu quarto tudo mudou! Onde tinha um escritório, passou a ser um lindo quarto de bebê onde decoramos com muito carinho e as avós participaram. Que momento gostoso! Tudo corria muito bem. Ela se desenvolvia perfeitamente em meu ventre e isso nos deixava muito feliz. A Nathi era muito tranquilinha, ela quase não se mexia na minha barriga, com mais ou menos uns quatros meses ela virou em minha barriga. Depois só com sete meses ela começou a mexer, mas só à noite. Eu não tinha costume de falar com ela na minha barriga, pois entender que ela sente o que eu sinto é possível, mas daí a entender que ela ouvia o que eu dizia, eu achava demais para mim acreditar nisso. Ela estava dentro de uma bolsa d’água como ia escutar alguma coisa?! (Se algum médico puder me explicar por favor, vou ficar muito agradecida) Da mesma forma eu não acreditei quando me disseram que nos primeiros dias o bebê não enxerga, porque assim que a tive em meus braços, eu pensei: “ela não enxerga o médico porque ele não esta aqui com ela”.
Foram se passando os dias e eu não via a hora da chegada da minha filha. Eu não via a hora de poder afagá-la em meus braços, esquentar ela com meu calor, beijá-la bastante e ter aquele cheirinho de neném todinho só pra mim. Finalmente, nove meses se completaram e no centro cirúrgico do Hospital São Camilo no Ipiranga, no dia cinco de abril de dois mil e oito, ás15 horas e 51 minutos, nasceu a minha Herança do Senhor: A Nathalia. Tão indefesa, tão pequena, tão linda, tão chorona, tão minha. Ali naquele momento nossos destinos foram maravilhosamente traçados por Deus. Eu me tornara Mamãe. Palavra simples, mas com grandes significados, nome gostoso de se chamar, de se ouvir, de se pronunciar! A partir daquele momento percebi que nunca mais eu estaria sozinha de novo. Que nunca mais eu seria a mesma. Mas ao mesmo tempo eu não acreditava. Eu não acreditava que eu me tornara mãe. Eu não estava acreditando que eu seria mãe, um ser tão belo. Mas os dias foram passando e eu fui caindo na real. Deus em sua infinita misericórdia tem me sustentado e me ensinado a como agir, o que fazer e como fazer desde a chegada da minha filha. Quando essa menininha chegou, que alegria. Eu me senti mais querida, mais apaixonada, mais amorosa. Quando minha filha chegou para os meus braços pela primeira vez, foi o momento mais feliz da minha vida. A gente se apaixonou, ela não queria muita conversa visual. Ela parecia estar com muita fome, e me encantou quando veio direto para o meu seio em busca do seu alimento. Parecia que ela tinha tido uma aula sobre amamentação na minha barriga e foi tudo tão bom, tão normal, tão gostoso, eu não senti absolutamente nada em meus seios, foi outro melhor momento da minha vida. Naquele momento pude sentir e ver a mão de Deus, em fazer as coisas tão perfeitas, tão certas. Como foi bom os dias em que eu relaxava para amamentar a minha filhinha e a gente ficava se olhando, se amando com os olhos e ela parecia dizer: “Que mamãe mais gostosa”. Como foi bom quando ela me acariciava enquanto mamava. Como foi bom eu acariciá-la enquanto se alimentava. Como a gente se curtia! Foi muito bom.
Com a chegada da minha filha, eu aprendi a amar ainda mais, eu cresci muito, pois agora eu posso entender os sentimentos das outras mães, e o que era o tão falado amor de mãe. Posso entender tantas coisas...posso me pôr no lugar.
Com a chegada da minha filha, hoje apesar de tudo(perda dos pais), sou feliz. Agora eu brinco, me divirto, corro, canso, choro, amo, canto, faço caras e bocas, cuido, ensino, disciplino, educo, pinto, desenho, recorto, conto histórias, bagunço, me escondo, me dôo, me sujo, me bagunço, faço graça, componho músicas, sou mais criativa, pago mico, e tenho uma vida mais emocionante.
Com a chegada da minha filha, também resolvemos que eu não ia terceirizar a minha maternidade por nada, e que ia separar um tempo para ser Mãe. Nunca esteve nos nossos planos deixar nossa filha com terceiros para ir trabalhar fora, mesmo que ficassem com as avós. Cuidar dela pra mim, e exercer a minha maternidade esta sendo das melhores coisas, da qual eu não abro mão e da qual certamente Deus se agrada, pois Ele tem nos honrado e não tem deixado faltar nada do que precisamos para nossa subsistência. Cuidar da minha filha pra mim é prioridade. Ser mãe não é somente gerar e dar a luz. É assumir uma grande responsabilidade diante de Deus que deu ela pra mim. E o que mais ela pode querer e precisar não esta no que podemos dar ou comprar pra ela. Mas esta no que vamos viver e fazer juntas neste momento tão importante da vida dela quando ela precisa de sua Mãe por perto para lhe ensinar tantas coisas, tantos princípios, tanto amor e tanto carinho materno. E olha vale muito a pena. É presente que dinheiro não compra. Você pode ser a primeira professora de seus filhos. Ouvir a primeira palavra, ver os primeiros passos, os primeiros gestos, ver o desenvolvimento diário e curtir tudo nos mínimos detalhes. Esta fase passa tão rápido e é tão graciosa que vale a pena essa dedicação e certamente mais tarde você não se arrependerá. E o relacionamento Mãe e filha, Mãe e filho é diferente, é muito excelente, é muito bom.
Muitas mulheres dizem pra mim, que hoje não dá para o marido trabalhar sozinho e que a família precisa de nossa renda também. Mas eu tenho duas respostas: Depende do que e quais são as suas Prioridades e do que é Importante para você. Pra mim o importante foi exercer a minha maternidade. Ser mãe de fato e de verdade.
Concordo que realmente as coisas não são fáceis nos dias de hoje. Mas infelizmente quanto mais ganhamos, mais queremos e nunca será o bastante, nunca será o suficiente, nunca estaremos estáveis, nunca estaremos satisfeitos, não importa o quanto você ganhe sempre queremos mais e mais e tudo que ganhamos com isso é canseira, enfado.
Com a chegada da minha filha, aprendemos a viver com o necessário, com o que é importante e prioridade para nós.
Com a chegada da minha filha eu gozo do gostoso prazer de ser Mãe.
E no seu planejamento familiar, separe um tempo para ser mãe. Se programe para passar pelo menos três anos sem trabalhar fora. Não se preocupe com sua profissão. Deus honra. Não terceirize esta linda e prazerosa missão. Três anos passa muito rápido e vale muito a pena.
TEM COISAS QUE NÃO TEM PREÇO.

Autora: Rô Santana